A relevância (ou não) do DDD

Alguns argumentam que o DDD é fundamental para garantir a qualidade e a escalabilidade de um sistema, enquanto outros acreditam que ele apenas adiciona mais complexidade.

Domain Driven Design (DDD) é uma abordagem para o desenvolvimento de software que se concentra em modelar o domínio do negócio e suas regras de negócio de forma clara, precisa e contínua. É uma metodologia poderosa que ajuda os desenvolvedores a criar soluções de software que sejam verdadeiramente úteis e eficientes para os usuários finais e manutenível, aumentando o tempo de vida do software.

Se você é um desenvolvedor de softwares e está interessado em aprender mais sobre DDD, aqui estão algumas coisas importantes que você deveria saber:

O DDD começa com o entendimento do domínio

Antes de começar a desenvolver qualquer coisa, é crucial entender o domínio do negócio e como ele funciona. Isso inclui conhecer os termos e conceitos usados no negócio, bem como as regras e processos que regem o funcionamento do negócio.

O modelo de domínio é a base do DDD

O modelo de domínio é uma representação do domínio do negócio que é usada para guiar o desenvolvimento do software. Ele inclui entidades, atributos e relacionamentos que são importantes para o negócio, bem como as regras de negócio associadas a cada entidade.

O DDD enfatiza a colaboração entre negócios e TI

O DDD é uma abordagem baseada em colaboração que promove a integração entre profissionais de negócios e de TI. Isso é importante porque ajuda a garantir que o software esteja alinhado com as necessidades do negócio e atenda às expectativas dos usuários finais.

O DDD requer uma linguagem comum

Para ser eficaz, o DDD requer que todos os envolvidos no projeto de desenvolvimento de software falem a mesma linguagem e compartilhem um vocabulário comum. Isso ajuda a evitar mal-entendidos e a garantir que todos estejam trabalhando em direção ao mesmo objetivo.

O DDD exige uma arquitetura de software bem planejada

O DDD enfatiza a importância de uma arquitetura de software bem planejada que seja capaz de suportar as necessidades do negócio ao longo do tempo. Isso inclui considerar fatores como escalabilidade, manutenibilidade e flexibilidade.

Mas, e daí?

Daí que a discussão não é se o DDD é relevante ou não. A relevância do DDD está nos seus princípios, e estes princípios orientam todas as boas práticas na concepção de um software.

Não há o que discutir sobre a necessidade de se conhecer o domínio do negócio que o software vai resolver ou mitigar. Isso é uma condição “Si ne qua non”, ou seja, imprescindível, sem a qual não há como se criar algo realmente útil.

O DDD pode ser um desafio para os desenvolvedores que estão começando a trabalhar com ele , ou mesmo tendo contato pela primeira vez, mas com o tempo e a prática, é possível dominar essa abordagem e usá-la para criar soluções de software mais eficazes e úteis.

Para começar a trabalhar com o DDD, é importante se familiarizar com os conceitos básicos e seguir as melhores práticas recomendadas. Isso inclui participar de workshops ou treinamentos, ler livros e artigos sobre o assunto, trabalhar em projetos que usem o DDD e praticar, praticar e praticar.

É também importante lembrar que o DDD não é uma solução mágica para todos os problemas de desenvolvimento de software. Ele é apenas uma ferramenta que pode ser usada de forma eficaz se for aplicada de forma apropriada. Portanto, é importante avaliar se o DDD é a abordagem certa para o seu projeto e adaptá-lo de acordo com as necessidades do negócio.

Enquanto isso, é importante continuar aprendendo e se atualizando sobre o DDD e outras abordagens de desenvolvimento de software. Isso ajudará você a se tornar um desenvolvedor ainda mais capaz e eficiente, e a fornecer soluções de software de alta qualidade para seus clientes.

E na prática, como funciona?

Para dar um breve exemplo de como o DDD pode ser usado para resolver um problema em uma empresa, vamos imaginar uma empresa de cobrança. Vamos supor que a empresa esteja enfrentando dificuldades em gerenciar as cobranças de clientes em atraso.

Usando o DDD, o primeiro passo seria entender o domínio do negócio e como ele funciona. Isso incluiria conhecer os termos e conceitos usados na empresa de cobrança, bem como as regras e processos que regem o funcionamento do negócio.

Em seguida, seria criado um modelo de domínio que represente o domínio do negócio de forma precisa. Isso incluiria entidades, atributos e relacionamentos que são importantes para a empresa de cobrança, bem como as regras de negócio associadas a cada entidade. Por exemplo, o modelo de domínio pode incluir entidades como “Cliente”, “Fatura” e “Pagamento”, bem como atributos e relacionamentos como “nome do cliente”, “data de vencimento da fatura” e “valor pago”.

Com o modelo de domínio em mãos, o próximo passo seria colaborar com os profissionais de negócios para criar, através de uma linguagem ubíqua, universal, uma solução de software que atenda às necessidades da empresa. Isso pode incluir desenvolver um sistema de gerenciamento de cobranças que permita aos funcionários da empresa de cobrança acessar facilmente as informações de cobrança de cada cliente, bem como gerar relatórios e enviar lembretes de pagamento para os clientes em atraso.

Enfim, usando o DDD, a empresa de cobrança pode criar uma solução de software que seja verdadeiramente útil e eficiente para gerenciar as cobranças de clientes em atraso, ajudando a melhorar o fluxo de caixa e aumentar a eficiência do negócio.

Isso é apenas um cenário atacado com as ferramentas do DDD descrito de forma superficial, mas é a base para começar a se entender em que contextos podemos aplicar o DDD.

Devo usar DDD em todos os meus projetos?

É a velha resposta padrão: Depende!

Usar DDD consiste em compreender os princípios do Desenvolvimento Dirigido pelo Domínio, numa tradução pessoal. Esses princípios, sim, podem e devem ser utilizados em todos os projetos, independente do tamanho.

Podemos definir alguns desses princípios como:

  1. Foco no domínio: o DDD enfatiza a importância de compreender o domínio de negócio em profundidade e modelar o sistema de forma a refletir essa compreensão. Isso ajuda a garantir que o sistema seja verdadeiramente útil para o negócio.
  2. Colaboração entre especialistas: o DDD enfatiza a importância da colaboração entre especialistas do domínio, arquitetos e desenvolvedores de software para garantir que o sistema seja coerente com o negócio e tenha um design de qualidade.
  3. Modelagem baseada em linguagem ubíqua: o DDD enfatiza a importância de usar uma linguagem comum para modelar o sistema, de forma a facilitar a comunicação entre os membros do projeto e promover a coesão do sistema.
  4. Separação de preocupações: o DDD enfatiza a importância de separar as preocupações do negócio das preocupações técnicas, de forma a garantir que o sistema seja flexível e escalável.
  5. Evolução contínua: o DDD enfatiza a importância de evoluir o sistema de forma incremental e contínua, de forma a garantir que ele se mantenha atualizado com as necessidades do negócio.

Com essa lista de princípios, que pessoalmente julgo serem os principais, podemos ver que se tratam de excelentes práticas ao se conceber, planejar e desenvolver um software. E isso é exatamente o que um desenvolvedor profissional faz.

Agora, se imaginarmos um cenário no qual um pequeno sistema será desenvolvido, alguma aplicação de cadastro simples, como uma newsletter, por exemplo, talvez não sejam aplicados a maior parte desses princípios, já que se trata de uma solução amplamente conhecida e simples, que tem muito poucos limites e quase nenhum ponto de complexidade. Então, nesse caso, não é necessário e talvez nem seja possível utilizar DDD. Alguns defensores incondicionais do uso do DDD podem querer me apedrejar agora, rsrs. Mas um princípio que carrego comigo desde sempre é o da liberdade de escolha (isso é pessoal, talvez nem exista esse princípio no contexto do desenvolvimento de software). Se faz sentido pra você, “taca-lhe pau nesse carrinho!”, contudo, não creio ser profissional a crítica àqueles que escolhem não utilizar determinada metodologia, framework ou o que seja, nesse ou naquele projeto. Liberdade, desde que você entregue qualidade, tá valendo.

Sobre isso, é que o tenho a dizer no momento.

Se você tem algum ponto de divergência, convergência ou dúvida, não deixe de comentar e, se fizer sentido pra você, compartilhe.

Vlw ;=)

Facebook
Twitter
LinkedIn
Arquitetura de Software

Observabilidade: Dados e métricas antes de Ferramentas

E aí, pessoal! Beleza? Hoje vamos falar sobre um assunto elementar no desenvolvimento e manutenção de produtos de software como serviço (SaaS): Dados e métricas antes de ferramentas, em especial no contexto

Arquitetura de Software

O Códificador Limpo – Robert C. Martin

“O Codificador Limpo” de Robert C. Martin é um livro essencial para todos os desenvolvedores de software que desejam aprimorar suas habilidades em programação e produzir um código limpo e de qualidade.

Resumos de livros

Resumo do livro: Mindset

“Mindset: The New Psychology of Success” é um livro escrito pela psicóloga Carol S. Dweck. O livro fala sobre a importância da mentalidade em relação ao sucesso e apresenta duas tipos de

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *